Desconfinamento

Depois do impacto do confinamento e do isolamento social a que estivemos sujeitos, face à pandemia provocada pelo coronavírus, vivemos agora uma nova fase: o desconfinamento.
Muitas famílias tiveram dificuldades em adaptarem-se às medidas do Estado de Emergência em que o país mergulhou, agora o voltar progressivamente à uma “nova normalidade” também terá os seus desafios e questões.
Com a necessidade de regresso ao trabalho, surge a questão da abertura das creches e do pré-escolar com medidas de segurança e de contingência sugeridas pela DGS, envoltas em polémica quanto à sua aplicabilidade com crianças de idade inferior a 5 anos. Uma vez que as mesmas não  usam máscara e o distanciamento social fica comprometido. E mais uma vez, as famílias se encontram perante o desafio: deixar ou não as crianças nas escolas nestas condições. Algumas garantem que as suas crianças permanecerão em casa. As que não têm alternativa e que já não têm a possibilidade do teletrabalho, terão que deixar os filhos, indo para o trabalho  com a angústia de poderem estar a aumentar a probabilidade de contágio para as suas crianças e as suas famílias.
Por outro lado, o desconfinamento acaba com muitas restrições que limitavam as famílias e que lhes permite agora voltar a algumas atividades que se aproximam da normalidade, embora vividas de uma outra forma, mais responsável e consciente. As famílias poderão voltar a restaurantes, cafés, aos espaços verdes, às lojas, sempre conscientes que não podem “baixar a guarda”, que o vírus ainda circula por aí e, portanto, têm que continuar a adotar comportamentos preventivos. Usar máscara, lavar frequentemente as mãos, evitar ajuntamentos, manter o distanciamento social terão que ser comportamentos que farão parte das rotinas das famílias nos próximos tempos.
Temos que equilibrar as atividades e rotinas do nosso quotidiano de forma a que nos tragam sensações de bem-estar, tranquilidade e alguma segurança, na medida em que sabemos que o “perigo está sempre à espreita”. São tempos de adaptação, para que possamos viver os afetos sem esquecer o autocuidado e o que realmente importa, a manutenção da saúde física e mental.
Ainda não podemos simplesmente fazer tudo o que fazíamos antes, mas gradualmente vamos retomando  hábitos de uma forma mais cuidada e consciente.
Se todos formos conscientes poderemos ter um regresso, não ao normal, mas a algo que se aproxime da normalidade.